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Alguém que acredita no carisma da "COMUNHÃO",da comunhão de vida,e é justamente por esta razão que quero dividir a minha experiência com Espírito Santo com você. "Se me amais, guardareis os meus mandamentos. E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Paráclito, para que fique eternamente convosco... É o Espírito da Verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece, mas vós o conhecereis, porque permanecerá convosco e estará em vós. Disse-vos estas coisas enquanto estou convosco. Mas o Paráclito, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, ensinar-vos-á todas as coisas e vos recordará tudo o que vos tenho dito.(João 14,15 - 26)".

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quarta-feira, 18 de setembro de 2019

"SOBRE O ESPÍRITO SANTO NA VIDA DA IGREJA E DO MUNDO"


"SOBRE O ESPÍRITO SANTO NA VIDA DA IGREJA E DO MUNDO"

Queremos concluir estas considerações, situando-nos no coração da Igreja e no coração do homem. O caminho da Igreja passa através do coração do homem, porque nele está o lugar recôndito  do encontro salvífico com o Espírito Santo, com o DEUS ESCONDIDO, e porque exatamente aí o Espírito Santo se torna "nascente de água que jorra para a vida eterna"(João 4,14). Ele chega aí, ao coração do homem, como Espírito da Verdade e como CONSOLADOR, INTERCESSOR e ADVOGADO - especialmente quando o homem ou a humanidade se encontra diante do juízo de condenação do "acusador", acerca do qual no Apocalipse se afirma que "acusa os nossos irmãos na presença do nosso Deus dia e noite" (Apocalipse 12,10). O Espírito Santo não cessa nunca de ser o GUARDA DA ESPERANÇA no coração do homem: da esperança de todas as criaturas humanas, e especialmente daquelas que "possuem as primícias do Espírito", e "aguardam a redenção do seu corpo" (Romanos 8,23).

O Espírito Santo, na sua misteriosa ligação de divina comunhão com o Redentor do homem, é quem dá continuidade à sua obra: Ele recebe do que é de Cristo e transmite-o a todos, entrando incessantemente na história do mundo através do coração do homem. É aí que Ele se torna - como proclama a sequência litúrgica da solenidade do Pentencostes - verdadeiro "Pai dos pobres, Distribuidor dos dons e Luz dos corações"; torna-se: "Hóspede amável das almas", que a Igreja saúda sem cessar, no limiar da intimidade de cada homem. Ele, efetivamente, traz "descanso e refrigério' em meio aos esforços, do trabalho dos braços e das mentes humanas; traz "descanso" e "alívio"  nas horas de calor ardente do dia, em meio às preocupações, lutas e perigos de todas as épocas; traz por fim, a "consolação", quando o coração humano chora e é tentado pelo desespero.

Por isto, a mesma sequência litúrgica exclama: "Sem a tua potência divina nada há no homem, nada que seja inocente". Só o Espírito Santo, de fato, "convence do pecado", do mal, com o objetivo de restabelecer o bem no homem e no mundo humano: para "renovar a face terra". Por isso, Ele realiza a purificação de tudo o que "deturpa" o homem, de "tudo o que é sórdido"; cura as feridas, mesmo as mais profundas da existência humana;  transforma a aridez interior das almas em campos férteis de graça e de santidade. O que é "duro - abranda-o", o que é "frio - aquece-o", o que está "desencaminhado - reconduze-o aos caminhos da salvação".

Rezando assim, a Igreja professa sem cessar a sua fé: HÁ NO NOSSO MUNDO CRIADO UM ESPÍRITO QUE É UM DOM INCRIADO. É o Espírito do Pai e do Filho: como o Pai e o Filho, Ele é incriado, imenso, eterno, onipotente, Deus e Senhor. Este Espírito de Deus "enche o universo" e tudo o que é criado reconhece nEle a fonte da própria identidade e nEle encontra a própria expressão transcendente, a Ele se dirige e espera-o e invoca-o com todo seu ser. Para Ele se volta, como Paráclito, Espírito da Verdade e do Amor, o homem vive de verdade e de amor e que, sem a fonte da verdade e do amor,  não pode viver. Para Ele se volta a Igreja, que é o coração da humanidade, a fim de invocar para todos e a todos dispensar aqueles dons do amor, que por meio dEle "foi derramado nos nossos corações" (Romanos 5,5). Para Ele se volta a Igreja ao longo dos caminhos escarpados da peregrinação do homem sobre a terra: e pede, pede incessantemente, a retidão dos atos humanos, como sua obra; pede a alegria e a consolação, que só Ele, verdadeiro consolador, pode trazer, descendo ao mais profundo dos corações humanos; pede a graça das virtudes, que são merecedoras da glória celeste, pede a salvação eterna, na comunicação plena da vida divina, à qual o Pai eternamente "predestinou" os homens, criados por amor à imagem e semelhança da Santíssima Trindade.

A Igreja, com seu coração, que inclui em si os corações humanos, pede ao Espírito Santo a felicidade que só em Deus tem a sua completa realização: a alegria que "ninguém pode tirar" (João 16,22), a alegria que é  fruto do amor e, portanto, do Deus que "é amor"; pede "a justiça, a paz e alegria no Espírito Santo", nas quais, segundo Paulo, consiste o "Reino de Deus" (Romanos 14,17 e Gálatas 5,22).

Também a paz é fruto do amor: a paz interior, que o homem afadigado procura no íntimo do seu ser; a paz que a humanidade, a família humana, os povos, as nações, os continentes pedem com trepidante esperança de obtê-la, na perspectiva da passagem do segundo ao terceiro milênio cristão. Uma vez que o caminho da paz passa, afinal, através do amor, e tende a criar uma CIVILIZAÇÃO DO AMOR, a Igreja fixa o olhar naquele que é o amor do Pai e do Filho e, não obstante as ameaças crescentes, não cessa de ter confiança,  não deixa de invocar e de servir à paz do homem sobre a terra. A sua confiança fundamenta-se naquele que, sendo o Espírito-amor, é também o Espírito da paz, e não cessa de estar presente no nosso mundo humano, no horizonte das consciências e dos corações humanos, para "encher o universo" de amor e de paz.

Diante dEle ajoelho-me, no final destas considerações, implorando que, como Espírito do Pai e do Filho, nos conceda a todos a bênção e a graça, que desejo transmitir, em nome da Santíssima Trindade, aos filhos e filhas da Igreja e a toda a família humana.

Dado em Roma, junto de Pedro, a 18 de maio, solenidade de Pentecostes, ano de 1986, oitavo do meu pontificado.

Autor: João Paulo II

Obs: Considerações finais do livro: "SOBRE O ESPÍRITO SANTO NA VIDA DA IGREJA E DO MUNDO" - Carta encíclica Dominum Et Vivificantem, Autor: João Paulo II, 2ª Edição, Editora: Loyola,  São Paulo, SP, Ano: 1987, páginas: 85, 86 e 87.